segunda-feira, 29 de julho de 2013

Enfrente, ou em frente.




Depois de tantos dias com o frio intenso doendo-me em todos os duzentos e seis ossos, o dia amanheceu agradável.
Foi fácil sair da cama, meu cabelo estava bonito (e só quem é mulher sabe o quanto isso é relevante na vida de uma mulher), o sol me saudou de uma maneira espetacular, o transito estava tranquilo, minha música preferida tocou no rádio, sombra, rímel e blush: depois de tanto tempo andando de cara lavada como uma doente, as cores voltaram para o meu rosto.
Talvez fosse a primavera querendo invadir meus dias.
Talvez,
Mas não foi, eu não deixei: Minha maldita "metralhadora cheia de mágoas."
E então sou consumida pela certeza que nunca compreenderei esta vida que me convida a reverberar enquanto eu só sei minguar.
O espelho me mostra uma imagem agradável, mas só enxergo impossibilidades.
Talvez eu já não saiba viver.

Me vejo parada num lugar de onde já queria teria saído – sempre o mesmo novamente–
Previsibilidade e repetição nunca foram capazes de tornar uma dor menor.
Tristeza lânguida, peito apertado. Talvez eu tenha peso demais.
Coração não bate: espanca e eu peço baixinho: chega coração, chega!
Ele me desobedece e continua, contrariando as expectativas: eu continuo.

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