quinta-feira, 12 de junho de 2014

O amor, esse filho da puta.



- Em nome de quê tudo isso?
Todas essas palavras, esses textos,
esses sentimentos, essa intensidade tamanha.
Para quê?
Silêncio...
- Me fale, quero saber vindo de você.
- Tire as conclusões que quiser.
- Quero ouvir saindo da sua boca.
- Eu, eu... Eu não sei.
Você sabe, apenas se recusa a admitir.
Todas as suas linhas, subliminarmente dizem que é em nome do amor.*

Talvez seja só isso mesmo. Quatro letras que definem a minha vida, minhas querências e carências, minhas tristezas e minha alegrias, minha capacidade absurda de estar no topo do mundo, feliz, e cinco minutos depois no mais profundo buraco da depressão. É o amor que me coloca em mundos tão diferentes, um todo feito de poesia e gosto bom de vida que é possível e outro todo de lágrimas e sabor de vinagre que de vez em quando só o amor é capaz de ter.
Esse mesmo amor que me faz rodopiar de olhos fechados no décimo quinto andar e ter aquela sensação única de estar viva é o mesmo que me atira desse décimo quinto andar direto para o purgatório.
Essas, talvez sejam a melhores explicações para essa minha vontade maluca de fugir correndo do amor: Eu tenho medo.
Além de tudo, sou péssima com essa coisa de baixar a guarda e deixar que o outro me veja assim, inteira, sem nem uma gota de faz de conta. Piora a situação se envolve deixar alguém entrar aqui do lado de dentro. Já aconteceu antes, e eu me machuquei. É uma dor que conheço bem, ela chega, invade, toma conta de tudo e não vai embora assim tão fácil. Eu já me machuquei bastante, é daí que ele vem, o medo.
Mas, contraditória que sou, enquanto minha vontade me manda correr e fugir pra bem longe, o meu coração, quase saindo pela boca, só sabe me fazer lembrar do abraço, da entrega, do sentimento bonito que nasce de instantes pequenos: o amor.
E eu não sei o que fazer. Eu não sei o que me permitir. Eu não sei nem o que sentir. A isso fico reduzida, um amontoado de dúvidas, confusões e impossibilidades. Coloco em dúvida a existência do amor, me dividido entre um talvez e uma tal vez.
Enquanto isso o amor me chama, atraente, de bracinhos abertos. Olho pra ele e quase me entrego, mas lembro de sua outra face e me inundo de uma certeza: as lágrimas que já derramei em nome do amor ainda não foram suficientes. Amor, esse filho da puta sedento.
É em nome dele, admito, pequena, rendida e com um pouco de pesar: todos esses sentimentos, esses textos, essa intensidade, eu e minha vida inteira. É sim, tudo em nome do amor, esse que é meu salvador ou minha completa total e completa destruição, ele e seus "nós", que me atam e geralmente são daqueles de marinheiro que é só com tempo, dedicação, perseverança e muita paciência é que desata. Enquanto não, desenrolo em palavras e mantenho guarda alta, nocaute, aqui não amor. 
Aqui não.

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